Logo após a declaração da renúncia do Papa Bento XVI, o padre Antonio Carlos D’Elboux, pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes, em Rafard, comentou o assunto em sua página pessoal no Facebook. “Que Deus abençoe o Santo Padre o Papa Bento XVI e o acompanhe em sua decisão e no seu ocaso. Que o Espírito Santo ilumine os nossos Cardeais na escolha daquele que será o melhor para Deus no mundo em que vivemos”, argumentou.
Em público, falando em latim, durante um encontro de cardeais, o Papa Bento XVI fez seu discurso na segunda-feira (11).
Em comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por “não ter mais forças” para exercer as obrigações do cargo. O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da renúncia. O pontífice afirmou que está “totalmente consciente” da gravidade de seu gesto.
“Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro”, disse Joseph Ratzinger, segundo comunicado do Vaticano.
O Vaticano afirmou que o papado, exercido pelo teólogo alemão desde 2005, vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido, o que se espera que ocorra “o mais rápido possível” e até a Páscoa, segundo o porta-voz Federico Lombardi.
Sucessor de João Paulo II, Bento XVI havia assumido o papado em 19 de abril de 2005, com 78 anos.
O Vaticano afirmou que a renúncia vai se formalizar às 20h locais de 28 de fevereiro (17h do horário brasileiro de verão), uma quinta-feira. Até lá, o Papa estará “totalmente encarregado” dos assuntos da igreja e irá cumprir os compromissos já agendados.
O novo Papa será escolhido pelo conclave de cardeais, como de costume.
Surpresa
Em contato com pároco rafardense, ele declarou ter recebido a notícia com surpresa, mas ao mesmo tempo com alegria pela maneira com que o Santo Padre o Papa Bento XVI comunicou sua decisão de renunciar ao Papado. “Realmente a idade dele pesa bastante. No último Natal estive no Vaticano participando da Missa de Natal presidida pelo Papa, e percebi claramente a debilidade física de Bento XVI. Ele foi conduzido sobre um carrinho e no altar foi ajudado para subir e descer os degraus. Comentei com parentes e amigos que o Papa não viria à Jornada Mundial da Juventude por não ter forças físicas. A renúncia foi um gesto de coragem e de humildade. O Papa não tem apego ao cargo. Ele serve a Deus e à Igreja.”
O padre Antonio Carlos D’Elboux abordou o assunto na missa solene em comemoração a Nossa Senhora de Lourdes, na segunda-feira (11). “Rezamos com amor e carinho pelo Papa Bento XVI, a quem agradecemos pelos ensinamentos e pelo testemunho de vida que nos transmitiu. Nossa comunidade também ficou surpresa, mas ao mesmo tempo sentiu o dever de gratidão para este grande Papa que regeu nossa Igreja por quase oito anos”, informou.
Padre D’Elboux conta que nunca teve a oportunidade de conversar com o Papa, mas juntamente com alguns familiares, se encontrou com o Cardeal Ratzinger, na Praça de São Pedro e esteve em várias audiências públicas, bem como na concelebração da missa de canonização do Frei Antonio de Santana Galvão. “Participei da Missa do Natal do ano passado presidida por ele na Basílica de São Pedro. Tenho a estola que ele deu de presente para todos os padres que concelebraram com ele naquela ocasião.”
Indagado sobre o possível sucessor e se acha que um brasileiro poderia assumir tal responsabilidade, bem como quem seria sua indicação, dentre os cinco que fazem parte do Colégio Cardinalício, D’Elboux respondeu: “Sabendo que os palpites dão como número um entre os papáveis o Cardeal Angelo Scola, de Milão, na minha opinião, pela primeira vez, o Brasil tem um candidato com reais chances: Dom Odilo Pedro Scherer, o gaúcho que viveu no Paraná e é o Arcebispo de São Paulo. Ele fala alemão e várias outras línguas; trabalhou muitos anos na Congregação dos Bispos no Vaticano; foi secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; é Arcebispo de uma das maiores Arquidioceses do mundo; faz parte da Comissão Econômica do Vaticano.”
“Tranquilidade e paz nestes momentos de transição de Papa. Rezem bastante, aproveitando o tempo da Quaresma, para o Papa Bento XVI e também para pedir as luzes do Espírito Santo para os Cardeais que escolherão o próximo Papa”, pediu o pároco rafardense.
Para finalizar, Pe. D’Elboux lembrou que “o Santo Padre o Papa Bento XVI é um dos maiores teólogos que a Igreja Católica tem. Seus livros e suas encíclicas têm conteúdo profundo e é de uma clareza lógica que empolga a leitura. Esta decisão somente podia partir de alguém com grande inteligência e humildade para reconhecer a própria incapacidade física diante de tantos problemas e realidades que o Papa deve enfrentar. Sempre admirei o Papa Bento XVI e passa a admirá-lo ainda mais, pois sua renúncia vai fazer com que a Igreja possa rever tantas coisas daqui para frente”.
Quaresma
Na quarta-feira de Cinzas (13), foi realizada a abertura da Quaresma e da Campanha da Fraternidade na Capela Santo Antônio. A programação da Quaresma contempla Via-Sacra nas três comunidades urbanas, sendo às quartas-feiras na Capela Santo Antônio; nas quintas-feiras, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Popular; e nas sextas-feiras, na Matriz N. Sra. de Lourdes. Sempre às 19h.
Segundo o Padre D’Elboux, as famílias estão se reunindo para oração e reflexão do tema da Campanha da Fraternidade: Fraternidade e Juventude e sobe o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).
“No dia 26 de fevereiro, uma terça-feira, teremos vários Padres atendendo as Confissões na Matriz N. Sra. de Lourdes e na Capela N. Sra. Aparecida, a partir das 19h30 e no dia 23 de março, após a missa das 19h30, na Matriz, teremos a Via-Sacra saindo da igreja e passando pela Rua Nossa Senhora de Lourdes até a Praça ao lado do Almoxarifado Municipal.