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Contos do Caipira: O trem da Barra Funda

Saímos de madrugada, um ônibus nos conduzia naquela segunda.
Depois, embarcamos no metrô e fomos caminhando até a Barra Funda.
Passamos na portaria, cumprimentamos um senhor.
Caminhamos até o elevador.
Notei que era bem alto. Para não atordoar, firmei o pensamento.
Num instante já chegamos no apartamento.
Nossa filha e nosso genro abriram a porta, colocamos nossa bagagem para dentro.
Era tão arejado, com uma linda visão para a cidade de São Paulo.
Na sacada ou na varanda tinha um sofá.
Irão saber logo do que eu falo.
A televisão estava ligada e o telefone toca, não dava para ouvir muito bem
por causa do barulho do trem.
A cada segundo passava um mais barulhento, não tinha onde esconder.
O barulho do trem era um tormento.
Mas o lugar era muito bom!
Dava para ver passar todas as máquinas, do primeiro ao último vagão.
Nossa filha tem um cachorro, coitado, não sei como vivia com essa situação.
O nome dele é Limão.
O apartamento era lindo e gostoso.
Um lugar muito bom.
O dia e a noite com aquele barulhão,
era um vai e vem, mas até que eu gostava de ver a passagem do trem.
Nossa filha saiu do apartamento, sente saudade quando se lembra.
Para encontrar sossego, foi morar numa fazenda.
Hoje resta a saudade!
E dá tristeza quando se muda.
Saudade, quanta saudade do barulho do trem da Barra Funda.

Toninho Junqueira

Toninho Junqueira é locutor há mais de 40 anos, escritor e restaurador de cadeiras antigas e imagens sacras. Desde 2021, conduz sua própria rádio, a São Gonçalo, com 24 horas de programação sertaneja raiz. Fale com o autor por telefone ou WhatsApp: (19) 99147-8069.

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